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Pele de madrugada

  • Teresa Pêgo
  • 28 de out. de 2019
  • 1 min de leitura

Nos ombros da manhã eu despertei, envolta nos braços luminosos de um fio de sol a espreitar pelas frinchas das persianas do quarto. De repente aquela montanha moveu-se ao de leve para deixar serpentear suaves rios de prata que me sorriram e me refrescaram os lábios ainda preguiçosos da noite. Naquela natureza bravia os sons límpidos das entranhas da terra e o seu pulsar morno a acolher-me no regaço movediço. Procurava-te, manhã, e acordava sempre assim, a despedir-me das estrelas que ainda te pintalgavam esse céu que me cobria e, de repente, bebia da água dos teus olhos, uma água que me limpava os vestígios de um passado que não me interessava convidar para este presente. Na tua pele de madrugada vi a luz de uma promessa que acontece, a cada dia que passa, e ouvi murmúrios de esperança.

 
 
 

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